Informativo
Seminário Territorial sobre certificação participativa orgânica e agroecológica acontece em Viçosa.
Foi realizado no dia 15 de junho, no Centro de Tecnologias Alternativas (CTA), o Seminário Territorial de Construção do Sistema Participativo de Garantia Orgânica no Polo Agroecológico da Zona da Mata. Participaram mais de 40 agricultoras/es familiares, quilombolas, representantes de organizações da sociedade civil, do poder público e entidades governamentais dos municípios de Cajuri, Coimbra, Divino, Ervália, Paula Cândido, São Geraldo, Ubá e Viçosa.
Além da escuta de práticas e processos protagonizados pelas famílias que constroem a agroecologia da região, o Seminário proporcionou um espaço de diálogo sobre os passos necessários para a implementação do Sistema Participativo de Garantia, uma das modalidades de certificação orgânica previstas pela legislação brasileira (Lei Federal 10.831/2003). Na oportunidade, foram apresentados os princípios gerais da Certificação Participativa e da Agroecologia na Zona da Mata levantados no Seminário Regional que aconteceu em maio, os mecanismos de garantia da qualidade orgânica e as normativas relacionadas aos Sistemas Participativos de Garantia (SPG).
Representante da Rede de Saberes dos Povos Quilombolas (Sapoqui) e moradora da comunidade de Córrego do Meio, em Paula Cândido, a agricultora Aparecida Fátima Celestina, participante do evento, espera que a certificação participativa contribua na agregação de valor às suas produções e na criação de uma rede de troca de conhecimentos entre as/os agricultores. Aparecida trabalha com hortifruti e deseja ampliar e diversificar não só a produção, mas as suas formas de comercialização, que hoje são o fornecimento para a alimentação escolar, pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e as feiras locais. “Sempre produzimos sem veneno e procuramos participar de formações para não agredir tanto o solo, e o solo trabalhar a nosso favor”, afirma orgulhosa.
De acordo com o agrônomo Eugênio Resende, a atividade contribuiu para aprofundar os debates acerca da construção de uma Certificação Participativa na Zona da Mata e promover trocas de experiências, a partir das diferentes realidades e experiências vivenciadas na região, como a das Comunidades Quilombolas.