Informativo
Seminário Territorial sobre certificação participativa orgânica e agroecológica acontece em Divino.
Cerca de 60 agricultoras/es de Carangola, Divino, Espera Feliz, Faria Lemos e Lajinha participaram no último sábado (6), em Divino, do Seminário Territorial de Construção do Sistema Participativo de Garantia Orgânica (SPG) no Polo Agroecológico da Zona da Mata mineira.
O Seminário foi marcado pela fartura de alimentos preparados pelas famílias agricultoras, pela riqueza das experiências, sementes e mudas crioulas partilhadas, e também pela comercialização dos produtos da sociobiodiversidade local.
Em grupos de discussão, as/os participantes refletiram sobre as características da produção orgânica e da agroecologia; sobre os benefícios e desafios da certificação orgânica; e sobre como tem se dado a participação de mulheres e jovens na construção das experiências agroecológicas.
O protagonismo feminino na vida das comunidades e das organizações sociais do campo, e a importância dos quintais produtivos para a saúde e segurança alimentar das famílias foram ressaltados pela agricultora Vanilda Souza Neto, de Carangolinha de Cima. “As pessoas saem da casa da gente com a sacola cheia de frutas, legumes e verduras, e a maior riqueza disso é que é tudo sem veneno. Além de ser um benefício muito grande pra gente, é uma alegria ver que as pessoas estão levando alimentos saudáveis que são resultado do grande trabalho que a gente faz”, avalia.
Outro ponto de destaque compartilhado pelas/os participantes foi a necessidade de autovalorização dos seus modos de vida, destacando como o “orgulho” de ser da roça precisa pulsar nas famílias e comunidades, para que as novas gerações se sintam incentivadas a permanecer no meio rural.
Na tarde do Seminário, diferentes tipos de certificação orgânica e a legislação nacional sobre o tema foram apresentados às agricultoras e aos agricultores, que dialogaram sobre os mecanismos de controle social previstos no Sistema Participativo de Garantia e sobre as próximas etapas de construção da certificação participativa no território.
A agricultora Renata Aparecida Viana considera que a atividade foi muito gratificante, uma oportunidade de “aprender muita coisa e também passar a experiência que a gente já tem para outras pessoas”. Ela, que desde os oito anos faz “de tudo um pouco na roça”, acredita que a certificação vai valorizar os produtos que já cultiva e beneficia em família, e comercializa, entre outros mercados, na feira semanal em Divino.
O seminário foi promovido conjuntamente pelo Núcleo de Pesquisa e Extensão em Cooperativismo, Agricultura Familiar e Políticas Públicas de Desenvolvimento Rural/COOPERAR-DER/UFV, pelo Núcleo de Educação do Campo e Agroecologia/ECOA/UFV e pelo Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA), que contam com o apoio da Fundação Banco do Brasil e BNDES (ECOFORTE) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).